sábado, 18 de janeiro de 2014

Os benefícios do exercício físico sobre a área emocional




Olá, geração saudável!

Hoje trago a vocês um artigo muito interessante falando sobre os benefícios do exercício físico e suas atuações benéficas sobre a nossa área emocional.

Vamos lá?


Benefícios gerais do exercício físico


Sabemos o quanto a prática regular de qualquer atividade física já nos proporciona benefícios na saúde, onde, em lugar nenhum, podemos encontrar tais! A prática de exercícios nos trás  benefícios como:

- estímulo da atividade cerebral;
- retardo do envelhecimento;
- controle dos níveis de colesterol;
- reduz riscos de AVC e de Enfarto do Miocárdio;
- ajuda no controle da diabetes;
- melhor respiração;
- aumenta a sensação de bem-estar;
- promove o convívio;
- ajuda na redução de peso corporal (gordura);
- desenvolve a capacidade cardiovascular.

Se com estes benefícios nós já podemos aproveitar da prática de atividades, imagina também o que podemos conseguir em sua atuação na nossa área emocional!

Atuação na área emocional


Muitos estudos vêm sendo realizados para procurar compreender quais são os efeitos do exercício físico
sobre a área emocional.

Cossenza e Carvalho (1997) sugerem que a atividade física pode ser um meio alternativo excelente para descarregar ou liberar tensões, emoções e frustrações, acumuladas pelas pressões e exigências da vida moderna.
Algumas pesquisas realizadas no decorrer de anos, mostraram os seguintes resultados:

1. Francis e cartes (1982) comparando grupos de homens sedentários com grupos de homens que se exercitavam com regularidade, referem que os níveis de ansiedade, hostilidade e depressão do grupo que se exercitava eram muito mais baixos do que os níveis nos sedentários.

2. Scully, Kremer, Meade et al. (1998) demonstraram os efeitos positivos do exercício sobre os níveis de
ansiedade e depressão, diminuindo-as e, melhorando a auto-estima, o autoconceito e a imagem corporal.

3. Lane e Lovejoy (2001) estudaram os efeitos do exercício sobre as mudanças de humor e concluíram que o exercício está associado com as melhoras de humor das pessoas que tinham sintomas depressivos antes de iniciarem os exercícios. Resultados semelhantes também foram encontrados por Berger, Owen,Motl et 
al. (1998).

4. Num estudo com populações não clínicas, realizado por Ross e Hayes (1988), foi encontrada uma correlação positiva entre o exercício físico e o bem-estar, evidenciando que o exercício diminui os sintomas de depressão e ansiedade.

5. Penninx, Rejeski, Pandya et al. (2002) realizaram uma comparação dos efeitos de exercícios aeróbicos e exercícios de resistência com grupos de idosos com altos e baixos níveis de depressão. A redução nos níveis de depressão ocorreu tanto nos idosos com níveis elevados, quanto nos idosos com níveis baixos de depressão.

6. Estudos de Long eHaney (1988), McÂuley (1996) e Long e Van-Stavel (1995) têm demonstrado uma redução significativa nos níveis de ansiedade através da prática do exercício físico.

7. Barke e Smith (1985), numa investigação com crianças, também provaram que houve uma redução importante da ansiedade nas crianças que estavam inicialmente muito ansiosas.

8. McCann e Holmes (1984), compararam 43 mulheres depressivas subdivididas em três grupos: 1º - com
programa de exercícios aeróbios; 2º - com sessões de relaxamento e 3º - um grupo sem tratamento. Encontrou um decréscimo nos níveis de depressão só no grupo que praticava exercícios aeróbios.

9. Um estudo posterior de Steptoe et al. (1989) concluiu que o exercício moderado também leva a um aumento da capacidade de lidar com o estresse, diminuindo a ansiedade, a depressão e a tensão.

10. Um aspecto importante ressaltado por Becker Jr (2000), é que, para se observar os efeitos do exercício e do esporte sobre a área emocional, é necessário que se respeite um tempo de prática, variando entre 4 e 20 semanas. A intensidade com que o exercício físico é realizado também é um fator que interfere no tipo de resposta emocional observada. Krause, Goldenhar, Liang et al. (1993), ressaltam que, quanto mais freqüente é a prática de exercício, menor é a presença de transtornos psicológicos e muitos agentes estressores tendem a reduzir sua força na medida em que o hábito do exercício físico aumenta.

O exercício e o esporte tem sido apontados, já há algum tempo como uma medida psicoprofilática (Antonelli, 1974; Becker Jr., 1985a; 1986). Numa ótica inversa, alguns investigadores concluiram que a falta de exercício é um fator importante para o aparecimento de sintomas de depressão. A possibilidade de redução dos sintomas de ansiedade e depressão pelo exercício, contribuiu para que vários psicoterapeutas comparassem o exercício com diversos tipos de psicoterapia tradicionais, verificando-se que tanto o exercício aeróbico como o anaeróbico tem apresentado um valor similar a qualquer forma de psicoterapia tradicional. Martinsen e colegas (1994), revisando 2 estudos quasi-experimentais e 10 experimentais de intervenções do exercício sobre pacientes depressivos mostraram que o exercício aeróbico é eficiente para reduzir a depressão unipolar sem melancolia e/ou condutas psicóticas.


Teorias explicativas


Não se pode afirmar exatamente qual é o mecanismo de ação do exercício físico sobre a área emocional.
Algumas teorias vêm sendo propostas para procurar explicitar esses fatores.

As hipóteses explicativas podem ser divididas em dois mecasnismos: psicológicos, e fisiológicos e bioquímicos.

Psicológicos


a) Hipótese Cognitivo-Comportamental postulada a partir da concepção do modelo de depressão de Beck
que propõe:

• a presença automática de pensamentos negativos;
• a presença sistemática de erros lógicos,
• a presença do esquema depressogênico

O exercício teria o poder de quebrar essa espiral depressiva, através da substituição dos sentimentos e pensamentos negativos por sentimentos e pensamentos positivos. Sime (1984) refere-se a essa hipótese dizendo haver uma melhoraria na auto-eficácia da pessoa.

b) Hipótese da Interação Social. Hipótese que seria explicada a partir do sentimento de prazer da
interação grupai e do reforço social recebido pelas pessoas que praticamo exercício físico.

c) Hipótese da Distração de Sachs. A prática da atividade física proporcionaria uma distração das preocupações do dia -a-dia.

Fisiológicos e bioquímicos


a) Hipótese do aumento da aptidão cardiovascular. O efeito antidepressivo do exercício poderia ser mediado pelo nível de preparo cardiovascular (aeróbio). Essa hipótese tem sido proposta desde que uma relação correlacionai negativa foi achada entre o nível de capacidade aeróbia e a depressão. No entanto, os efeitos antidepressivos do exercício iniciam-se nas primeiras semanas de tratamento, antes que os indivíduos apresentem uma mudança na capacidade cardiovascular;


b) Hipótese das Aminas. Três neurotransmissores explicariam os efeito antidepressivo do exercício, são eles: serotonina, dopamina e norepinefrina. Algumas evidências indicam que indivíduos deprimidos  presentam um decréscimo na produção dessas aminas metabólicas. O exercício teria o poder de estimular o aumento da produção desses neurotransmissores;

c) Hipótese das Endorfinas. As endorfinas são substâncias produzidas no organismo e possuem qualidades capazes de reduzir a dor e produzir um estado de euforia;


d) Hipótese do Efeito tranquilizador, obtido através do aumento da temperatura corporal;

e) Hipótese do aumento da atividade adrenal, através do exercício aumentam as reservas de esteróides que combatem o estresse.

f) Hipótese da descarga da tensão muscular, através do relaxamento promovido pelas contrações e descontrações do aparelho muscular.


Concluímos que...


Dentro de todas essas possibilidades abordadas que procuram explicar os efeitos antidepressivos do exercício, percebe-se que não existe um consenso entre os autores para sustentar uma única hipótese.

Um aspecto importante é que, para se observar os efeitos do exercício e do esporte sobre a área emocional, é necessário que se respeite um tempo de prática, variando entre 4 e 20 semanas. 
A intensidade com que o exercício físico é realizado também é um fator que interfere no tipo de resposta emocional observada. Quanto mais freqüente é a prática de exercício, menor é a presença de transtornos psicológicos e muitos agentes estressantes tendem a reduzir sua força na medida em que o hábito do exercício físico aumenta.

E importante salientar que, embora alguns casos de pessoas com depressão grave tenham reduzido seus níveis de depressão com a prática do exercício, o tratamento psicoterápico e/ou a farmacológico podem ser associados.

Novas pesquisas e contribuições continuam sendo indicadas para explicitar melhor as inter-relações entre a prática de uma atividade física e a melhora emocional que ocasiona. 
Apesar disso, acreditamos que os efeitos do exercício e do esporte sobre a área emocional são encarados de maneira bastante positiva, pois apresentam como resultados a possibilidade de:


• Reduzir a ansiedade e a depressão;

• Melhorar o autoconceito, a auto-imagem e a auto-estima;

• Aumentar o vigor;

• Melhorar a sensação de bem-estar;

• Melhorar o humor;

• Aumentar a capacidade de lidar com estressores psicossociais,

• Diminuir os estados de tensão;

Finalização


Bom, pessoal.

Dessa vez eu trouxe algo a vocês voltado à prática de atividade física e seus benefícios em atuação na nossa área psicológica.

Ao sabermos dos benefícios que o exercício nos trás, agora sabemos o seu poder sobre o bem-estar psicológico!

Diante disso, quero deixá-los cientes da importância da prática regular de atividade física em nossas vidas. Nosso corpo é nossa máquina pessoal e, se nós não cuidarmos dela, ninguém mais poderá cuidar por nós!

Espero que tenham gostado =)

Beijos a todos!


SARA MEDEIROS
Nutricionista


FONTES: 

- GODOY, Rossane Frizzo. Benefícios do Exercício Físico Sobre a Área Emocional. Movimento, Porto Alegre, V. 8, n. 2, p.7-16, maio/agosto, 2002.
- JUNIOR, Breno Becker. O impacto do exercício e do esporte na área emocional. Año 3. Nº 12. Buenos Aires, Diciembre 1998.


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